Semana da Física retorna ao formato presencial depois de dois anos
Com palestra do físico Ricardo Galvão, abertura do evento ocorreu nesta terça (08/11)
Texto: Diene Batista, agente de Comunicação do IF/UFG
Foto: Júlia Barros - Secom/UFG
Com o Anfiteatro do IF1 lotado, o Instituto de Física (IF) da UFG abriu a XXXIX Semana da Física na tarde desta terça-feira (08/11). O evento retornou ao formato presencial após dois anos de edições remotas por causa da pandemia do Coronavírus. O público formado por estudantes de graduação e de pós-graduação da UFG e de outras instituições; por alunos e professores do Ensino Médio, além de docentes do Instituto e gestores da universidade, acompanhou palestra do físico Ricardo Galvão. A atividade foi transmitida pelo canal do IF no YouTube e pode ser conferida clicando aqui. A cobertura fotográfica do evento realizada pela Secretaria de Comunicação (Secom) está disponível neste link.
Com o tema central Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável 2022-23 (IYBSSD, sigla em inglês), a Semana da Física segue até sexta-feira (11/11). Serão realizadas, ao todo, 12 palestras, nove minicursos, duas mesas-redondas, visita ao Pátio da Ciência, além de premiações. As temáticas são diversas, como pesquisa de fronteira, físicas básicas e aplicada, e ensino de física. Confira mais detalhes da programação clicando aqui.
Realizado ininterruptamente desde 1984, o evento foi criado pelo professor emérito e ex-reitor da UFG Orlando Afonso Valle do Amaral e pelo professor Nelson Cardoso do Amaral e, pela primeira vez, foi organizado por professoras: as docentes Hermínia Pessoni, Cássia Alessandra Marquezin e Andréia Luisa da Rosa.
Hermínia frisou a vontade de que, futuramente, o protagonismo das mulheres seja “um fato corriqueiro nos institutos e departamentos de Física do nosso país; que as mulheres possam adentrar cada vez mais os espaços da ciência, que também são nossos.”
Ela lembrou que, por causa da pandemia da Covid-19, alunos que ingressaram no Instituto em 2020 ainda não haviam tido a oportunidade de participar de evento evento presencial.
A docente explicou que o retorno à presencialidade é resultado de "um esforço conjunto da comissão organizadora, direção do Instituto de Física e palestrantes e veio da compreensão da importância de eventos presencias para fomentar ideias e permitir a troca de experiência entre estudantes, professores e pesquisadores.
Laços históricos
O diretor do Instituto, professor Lauro June Queiroz Maia, destacou que a história da unidade e da Semana da Física se entrelaçam desde os anos 1980. “É um evento que induziu outras ‘Semanas’ da nossa própria universidade”, afirmou.
O gestor citou que a época do início da atividade o IF fazia parte do Instituto de Física e Matemática (IMF). O desmembramento ocorreu em 1997 e, além do IF, foram criadas outras duas unidades: o Instituto de Informática (INF) e o Instituto de Matemática e Estatística (IME). “Estamos no ano da comemoração do nosso Jubileu de Prata”, destacou, referindo-se aos 25 anos do Instituto, comemorados em setembro.
Lauro desejou ainda, que “nos anos vindouros tenhamos condições melhores de trabalho não somente no aspecto financeiro, mas também de previsibilidade e estabilidade política e melhora social do nosso país.”
Contribuição com a universidade
Vice-reitor da UFG, o professor Jesiel Freitas Carvalho, do IF, frisou que a Semana da Física é um exemplo para este tipo de evento na universidade. “Esta edição terá uma programação que vai servir de exemplo para as próximas com toda certeza”.
A reitora Angelita Pereira de Lima destacou a contribuição do Instituto de Física para a gestão superior da universidade. “É uma das unidades acadêmicas que mais produz lideranças e que mais compõem a gestão superior, o que significa a importância dos cientistas intelectuais, professores, docente e técnicos deste instituto.”
Ela relacionou a temática da Semana da Física, que aborda o papel das Ciências Básicas para o desenvolvimento sustentável, com o conjuntura atual e com a realização da vigésima sétima Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 27, no Egito, iniciada no dia 6 de novembro. “Nestes últimos dias, estamos comemorando a vitória da democracia no Brasil, resultado do nosso trabalho. Nós pudemos experimentar radicalmente a força das instituições brasileira”, declarou.
A gestora destacou que, neste contexto, todas as instituições federais de ensino fizeram sua parte. “Além da resiliência, continuamos nosso trabalho e estamos aqui hoje com muita altivez, celebrando esse momento, a abertura de uma Semana que é a mais longeva, a primeira, que é protagonista.”
Desenvolvimento sustentável
Em sua palestra, o físico Ricardo Galvão apresentou estudo da Sociedade Brasileira de Física (SBF) sobre a situação atual da educação e da ciência brasileira. O trabalho focado no desenvolvimento sustentável foi desenvolvido por um grupo de pesquisadores e encaminhado aos governadoriáveis e presidenciáveis que concorrem nas eleições realizadas em outubro deste ano.
A temática foi abordada em consonância com o Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável 2022-23 (IYBSSD), estabelecido pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). “O desenvolvimento sustentável é um dos desafios dos mais assustadores e complexos enfrentados pela humanidade. Não é uma coisa que pode se enfrentar com achismos, mas com políticas públicas fortemente embasas no melhor que temos de nosso conhecimento científico e tecnológico”, enfatizou
O físico também comentou suas propostas para políticas públicas visando ao desenvolvimento sustentável do Brasil em um cenário de mudanças climáticas e aquecimento global.
A palestra completa pode ser acessada clicando aqui.
Cientista e professor aposentado do Instituto de Física (IF) da Universidade de São Paulo (USP), Ricardo Galvão possui graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestrado em Engenharia Elétrica pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e é doutor em Física de Plasmas pelo Massachusetts Institute Of Technology (MIT), nos Estados Unidos. Em 2019, foi incluído na lista da revista Nature como um dos dez cientistas que se destacaram naquele ano.
Exerceu cargos de diretor do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), de presidente da Sociedade Brasileira de Física (SBF) e de diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe. É membro titular da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (Aciesp) e da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Homenagem
Durante a palestra, Ricardo Galvão homenageou o físico Moysés Nussenzveig, falecido no último sábado, 5 de novembro, aos 90 anos. Professor emérito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e conhecido por seus trabalhos em óptica e pelos livros que são referência no ensino de física, ele apoiou a construção de centros de pesquisa relevantes para a pesquisa em física no Brasil.
Fonte: Comunicação IF/UFG
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