Resumos

Conferências

  • Título:   Física mais que divertida e o Ano Mundial da Física

  • Palestrante: Prof. Dr. Eduardo de Campos Valadares (ICEx - UFMG)

       O desafio de transformar o Ensino de Física em uma vivência criativa,
orientada para a descoberta e a inovação, deu origem a um programa de
pesquisa e desenvolvimento de novos experimentos de baixo custo, voltados
para a realidade da maioria de nossas escolas. Pretendemos descrever como se
deu este trajeto e realizar algumas demonstrações interativas para ilustrar
o potencial da física de ampliar a nossa percepção do mundo a nossa volta,
de forma lúdica e criativa.

 

  • Título:   Simulação Computacional de Nanoestruturas: De Nanofios a Nanotubos

  • Palestrante: Prof. Dr. Douglas S. Galvão (DFA - IFGW - UNICAMP)

       Com os avanços tecnológicos e a crescente necessidade de dispositivos cada vez menores (que tem seguido a Lei de Moore) e mais sofisticados, estamos perto de atingir limites físicos na fabricação/integração de dispositivos baseados na tecnologia do silício. Isto, em parte, motivou o aparecimento de uma nova área de pesquisa, genericamente denominada nanotecnologia. Dentre as nanoestruturas mais investigadas recentemente podemos ressaltar os nanotubos de carbono e os nanofios de vários materiais. Neste seminário apresentaremos uma revisão genérica dessa área de pesquisa, que recentemente tem apresentado uma renovada atividade com a descoberta de novas estruturas, dando enfâse nos aspectos de simulações computacionais.  Discutiremos também as novas necessidades e desafios no desenvolvimento de novas ferramentas computacionais para o estudo de nanoestruturas, em especial a interface com ciência da computação e sistemas biológicos.

 

  • Título:   Crescimento de Cristais para Aplicações Tecnológicas: Cristais Laser

  • Palestrante: Profa. Dra. Sônia Licia Baldochi (CLA - IPEN - CNEN)

  A Física da matéria condensada ocupa-se do estudo das propriedades gerais dos materiais em estado sólido, como cristais, vidros ou cerâmicas, abrangendo também o estudo da preparação destes sólidos. A aplicação conjunta dos conceitos de física de materiais, que abrange a área de crescimento de cristais e, física óptica, que abrange o estudo de propriedades e efeitos de fontes de luz, de transmissores de luz e de fenômenos e instrumentos ópticos resultou no último século no desenvolvimento de uma importante ferramenta tecnológica: os lasers. Os lasers encontram nos dias de hoje aplicações nas mais diversas áreas, tais como: na medicina (cirurgias), na odontologia (prevenção de cárie), na indústria (solda, marcação, corte e usinagem de metais e plásticos), no monitoramento ambiental (sistemas LIDAR) e em pesquisas avançadas (geração de radiação ionizante e fusão). Materiais conhecidos como cristais laser ativos constituem o “coração” de lasers de estado sólido.  Estes materiais são obtidos em laboratório através de diferentes técnicas de preparação as quais envolvem, processos de síntese, purificação e solidificação na forma de monocristais.  Cristais laser caracterizam-se principalmente pela alta qualidade óptica e por apresentarem dopagem uniforme, e em concentrações controladas, dos chamados íons laser ativos.  Os sistemas mais conhecidos estão baseados na ação laser de íons de metais de transição, como por exemplo, o cromo (Cr3+), e elementos terras raras, como íons de Neodímio (Nd 3+). Nesta apresentação serão discutidos métodos de crescimento de cristais para aplicações ópticas, particularmente, para aplicação em sistemas laser de alta potência com bombeamento por lâmpadas, na forma de bastões de 6x100mm; bem como, cristais de pequenas dimensões (da ordem de alguns mm a centenas microns), utilizados em sistemas laser mais compactos, com bombeamento por lasers de diodo.  Como exemplo, serão discutidos resultados recentes no processo de obtenção das matrizes LiSrAlF6:Cr3+ e LiYF4:Nd3+ na forma de cristais volumétricos e fibras monocristalinas. (e-mail: baldochi@ipen.br)

 

  • Título:   Professores de Ensino na Área de Ciências: Um Problema Nacional

  • Palestrante: Representante do Ministério da Educação e Cultura

      

 

  • Título:   Laboratório Nacional de Luz Síncroton

  • Palestrante: Prof. Dr. José Antônio Brum (LNLS)

      

 

  • Título:   Crônicas da Física: César Lattes e o Nobel

  • Palestrante: Prof. Dr. José Maria Filardo Bassalo (IF - UFPA)

       Um dos cientistas brasileiros mais conhecidos na literatura da física mundial foi o físico Cesare Mansueto Giulio Lattes – César Lattes - , nascido em Curitiba, capital do estado do Paraná, em 11 de julho de 1924, e falecido em Campinas, no dia 8 de março de 2005. A razão de sua fama mundial é decorrente de sua importante participação na descoberta da então partícula méson pí  - hoje denominada de píon - , uma das partículas elementares constituintes da matéria. Logo depois de receber, em 1943, o grau de bacharel em Física pela então Faculdade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFCLUSP), Lattes começou a trabalhar, quer em Física Teórica, quer em Física Experimental, com Gleb Wataghin, Mário Schenberg e Walter Schutzer, físicos que ensinavam e pesquisavam nessa Faculdade. Entusiasmado com a Física Experimental(pois conseguiu por em funcionamento a câmera de Wilson que seu amigo e professor, o físico italiano Guiseppe Occhiallini lhe deixara, ao voltar para a Europa), Lattes seguiu, no começo de 1946, para a Universidade de Bristol, na Inglaterra, para colaborar com o grupo de pesquisa liderado pelo físico inglês Cecil Frank Powell, e do qual faziam parte vários físicos, dentre os quais se destacavam o inglês Hugh Muirhead e, inclusive, o próprio Occhialini, quem, aliás, indicou Lattes a Powell. Esse grupo de pesquisas (mais tarde conhecido como o famoso grupo de Bristol) fazia experiências com emulsões nucleares expostas à incidência de raios cósmicos. Foi, justamente, numa dessas experiências nas quais emulsões nucleares (com boro, sugestão de Lattes, e sem boro, normalmente utilizadas) foram expostas no Pic du Midi, nos Pirineus, e no monte da Chacaltaya, nos Andes bolivianos, que a partícula méson pí foi descoberta.

De posse desse resultado, Lattes começou a materializar sua idéia de que essas novas partículas poderiam ser produzidas artificialmente. Assim, sabendo que a Universidade de Berkeley, na Califórnia, nos Estados Unidos da América do Norte acabara, em 1947, de por em funcionamento o novo acelerador de partículas denominado Sincrocíclotron, Lattes seguiu para lá com uma bolsa de estudos da Fundação Rockfeller, cuja indicação havia sido feita por Wataghin. Em Berkeley, com Eugene Gardner e alguns estudantes de doutoramento, Lattes, entre 1948 e 1949, produziu artificialmente os mésons pí. A descoberta do méson pí  teve grande repercussão mundial a ponto de ser atribuído a Powell, o Prêmio Nobel de Física de 1950. Depois desse sucesso em Bristol e em Berkeley, Lattes voltou ao Brasil e, juntamente com algumas personalidades políticas e científicas brasileiras(irmãos Lins de Barros (Ministro João Alberto, Nelson e Henry), Antônio Aniceto Monteiro, Leopoldo Nachbin, Francisco Mendes de Oliveira Castro, Elisa Frota Pessoa, Gabriel Fialho, José Leite Lopes, Jayme Tiomno, Lauro Xavier Nepomuceno, Euvaldo Lodi, Almirante Álvaro Alberto, Mário Schenberg e José Goldemberg) ocupou-se na criação de organismos para produzir, organizar e fomentar a pesquisa científica, em particular, a pesquisa física, tais como o Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), em 1948, o então Conselho Nacional de Pesquisas, em 1951, e o Laboratório de Emulsão Fotográfica da Cadeira de Física Superior do Departamento de Física da FFCLUSP, no começo de 1960, da qual era titular. Nesse Laboratório, em 1962, Lattes organizou o famoso Grupo de Colaboração Brasil – Japão que teve a importante participação de físicos japoneses famosos, dentre os quais se destacam o Nobel de Física (1949) Hideki Yukawa e o filósofo de Ciência, Mituo Taketani.

Em 1967, Lattes transferiu-se para o Instituto de Física da Universidade de Campinas e começou a organizar o hoje famoso Departamento de Raios Cósmicos, Cosmologia, Altas Energias e Léptons. Nesse Departamento, Lattes deu continuidade à Colaboração Brasil – Japão que, até o presente momento, tem apresentado resultados importantes para a Física, tais como a descoberta de uma série de eventos novos, do tipo bola-de-fogo , eventos esses resultantes da interação de raios cósmicos com núcleos da atmosfera e observados na câmera de emulsão de Chacaltaya. Esses eventos foram comunicados em vários Congressos Internacionais, tais como: Mírim, Jaipur (Índia), em 1963; Açu, Calgary (Canadá), em 1967; Guaçu, Hobart (Tasmânia), em 1971; Centauro, Denver (Colorado, USA), em 1973; Mini-Centauro, Plovdiv (Bulgária), em 1977; Geminion (Delaware, USA), em 1978; Chiron (Wisconsin, USA), em 1981. Alguns desses eventos foram confirmados por grupos de físicos de várias partes do mundo que trabalham com câmeras de emulsão e expostas, por exemplo, na montanha Pamir (URSS), e nos montes Fuji (Japão) e Kambala (China). Também alguns desses eventos foram observados em aceleradores de partículas, conforme o Nobel de Física (1984) que Carlo Rubbia anunciou, em Kyoto (Japão), em 1985. Este trabalho científico de Lattes proporcionou-lhe grandes honrarias tanto no Brasil como no exterior. Dentre elas, destacam-se o título de “Cavaleiro da Grande Cruz”, outorgado pela Ordo Capitulares Stellae Argentae Crucitae (1948); Prêmio Einstein, da Academia Brasileira de Ciências (1951); o Prêmio Ciências, do Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura (1953); o Prêmio Evaristo Fonseca Costa, do Conselho Nacional de Pesquisas (1957); Cidadão Honorário da Bolívia (1972); a Medalha Carneiro Felipe, do Conselho Nacional de Energia Nuclear (1973); a Medalha dos 25 anos da SBPC (1973); o Prêmio Moinho SantistaFísica (1975); a Comenda Andrés Bello, outorgado pelo Governador da Venezuela (1977); o Prêmio Bernardo Houssay, da Organização dos Estados Americanos (1978); o Prêmio em Física, da Academia de Ciências do Terceiro Mundo, sediada em Trieste, Itália (1987); a Medalha dos 40 anos da SBPC (1988); a Medalha Santos Dumont (1989); e o Símbolo do Município de Campinas (1992). Era Membro de diversas instituições científicas: União Internacional de Física Pura e Aplicada, Conselho Latino-Americano de Raios Cósmicos, Academia Brasileira de Ciências, e das Sociedades de Física (brasileira, alemã, americana, italiana e japonesa). Além dessas honrarias, César Lattes é nome de logradouros (ruas e prédios) em algumas cidades brasileiras, foi Doutor Honoris Causa, da USP e da UNICAMP (nesta, foi, também, Professor Emérito), possui verbetes a ele dedicados nas Enciclopédias: Britânica, Delta Larousse, Delta Universal e Gênios da Humanidade, de Isaac Asimov, e é citado no livro Twentieth Century Physics, Volumes I, II, III, editado por L. M. Brown, A, Pais e Sir B. Pippard (Institute of Physics Publishing e American Institute of Physics Press, 1995). Registre-se que o CNPq prestou-lhe uma grande homenagem ao cadastrar os cientistas brasileiros com o curriculum vitae  escrito na plataforma Lattes.

 

  • Título:  Física Médica: Passado, Presente e Futuro

  • Palestrante: Prof. Dr. Oswaldo Baffa Filho (DFM - FFCLRP - USP)

       A divisão do saber em diferentes áreas como a Física, Química, Matemática,
Biologia, etc... é um fato recente. Para os antigos gregos, a natureza era
chamada de physis, de onde vem a palavra física. Isso foi assim até a
Renascença, quando se preferia usar o termo filosofia natural. Grandes
cientistas e filósofos do passado fizeram importantes contribuições tanto na
área biológica quanto nas ciências exatas, dentre os quais Aristóteles, Da
Vinci, Galvani, Volta e Helmholtz. A área de Física Médica contempla as
aplicações da Física na medicina para a terapia e diagnóstico por
metodologias a procedimentos físicos. Nessa palestra faremos uma
apresentação das aplicações clássicas da física como o diagnóstico por
imagens de raios x, radioterapia, imagens por radioisótopos até temas mais
recentes como biomagnetismo, imagens por ressonância magnética (anatômicas e
funcionais) e estimulação magnética transcraniana.

 

  • Título:   Spintrônica

  • Palestrante: Prof. Dr. Mário Baibich (IF - UFRGS)

      

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